terça-feira, 10 de julho de 2012

LINGÜÍSTICA: UMA CIÊNCIA À SERVIÇO DO PODER


Enganam-se aqueles que acreditam que a ciência é um conhecimento “descompromissado” ou neutro. A ciência, financiada pela classe dominante e pelos estados poderosos bem como as principais instituições, a escola, a universidade, e os meios de comunicação só podem estar à serviço do poder, da elite, ou seja: da classe dominante.
Observamos que a “Lingüística Oficial” ou acadêmica é uma ciência que dá respaldo à atual política lingüística mundial baseada na hegemonia econômica, ou seja, na lei da selva: quem pode mais, impõe seu idioma.
As Universidades, que deveriam ser um laboratório para se encontrar soluções para o problema da barreira lingüística, se transformaram em próprias executoras da atual política lingüística reacionária subjacente, que impõe a língua do país hegemônico para todo o planeta, muitas vezes usando um argumento determinista: por que sempre foi assim, assim sempre será (sempre o povo forte oprime o fraco, é a regra que não podemos fugir).
Nas Universidades ensina-se na maioria das vezes os idiomas dos países poderosos. Para muitos lingüistas o esperanto é um tabu, considerado uma língua “artificial” muito embora os linguistas mesmos não definem com precisão o conceito de natural ou artificial.
“O lingüista lida com as línguas naturais” (Jonhs Lyons, Linguagem e Lingüística).
A maioria dos lingüistas do Brasil e do mundo não têm idéias próprias sobre o esperanto: apenas repetem como papagaios os preconceitos que leram em livros editados por outros lingüístas (estadunidenses) que criaram uma ciência lingüística à serviço da classe dominante. Para muitos lingüistas o esperanto é um tabu lingüístico: muitos evitam falar neste assunto assim como alguns padres evitam falar no diabo. A ciência virou uma espécie de religião, com seus próprios dogmas. Na realidade, deixou de ser ciência e se transformou em cientificismo.
Fica assim estabelecida um elo entre idioma, poder, dominação, imperialismo, ciência e lingüística numa harmonia que permite a manutenção da ordem lingüística mundial.

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