segunda-feira, 29 de abril de 2013

Estudo em Portugal exige que alunos brasileiros dominem inglês


Comentário: a notícia abaixo é uma prova que o inglês não é e nunca foi um idioma internacional. Os brasileiros preferem  estudar em Portugal porque não sabem falar outros idiomas. Por outro lado, o submisso governo brasileiro prefere insistir em sua política linguística alinhada e subserviente aos interesses econômicos e geopolíticos dos EUA, que através da imposição do idioma inglês, obtém vantagens econômicas e políticas.
Enquanto isto, o esperanto comtinua sendo negligenciado por não ser bom para os donos do poder.
João
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29/04/13 -

Estudo em Portugal exige que alunos brasileiros dominem inglês
Fonte: Agência Brasil

O governo federal resolveu remanejar os estudantes selecionados pelo Programa Ciência sem Fronteiras que se candidataram a universidades portuguesas para outros países. Esses alunos estão sendo reencaminhados para os Estados Unidos, o Canada, a Austrália, o Reino Unido, a Irlanda, a Alemanha, a França e a Itália.

A razão anunciada pelo ministro da Educação Aloizio Mercadante é a necessidade de “estimular os jovens a falar mais uma língua, a conhecer e ter competência específica em outras culturas”.

Para o governo, a facilidade do mesmo idioma fez com que Portugal virasse o principal destino dos estudantes de graduação do Ciência sem Fronteiras no ano passado.

No entanto, há exemplos de diversos cursos em que é necessária a leitura e a fluência verbal em inglês, tanto na área de ciências exatas quanto na de humanas. “É preciso desmistificar que os alunos vão chegar aqui e ter todas as aulas em português. Boa parte da bibliografia é em inglês. Os livros na biblioteca, na maioria, estão em inglês. Na sala de aula, quando há um aluno [estrangeiro] que não fala português, a aula é ministrada em inglês”, explicou Francisco Alves Pinheiro, professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco.

Segundo Sebastião Feyo de Azevedo, diretor da faculdade, há estudantes de 71 países na instituição, atraídos pela qualidade dos cursos. “A nossa política é ter cooperação internacional, particularmente com a Europa e com os países da lusofonia”, disse Azevedo à Agência Brasil dias antes da vinda do ministro Aloizio Mercadante a Portugal, em março. Enquanto o diretor dava entrevista, no auditório ao lado um estudante ensaiava a defesa de tese em inglês.

Além da Universidade do Porto, cuja Faculdade de Engenharia está entre as sete melhores no ranking oficial da União Europeia, há outros exemplos de internacionalização, como o Instituto Superior Técnico de Lisboa, com mil alunos estrangeiros, a Faculdade de Arquitetura e o Instituto Superior de Economia e Gestão (Iseg) da Universidade Técnica de Lisboa e o Instituto Universitário de Lisboa (Iscte).

Existem, inclusive, faculdades com o próprio nome em inglês, como a Aeronautical Sciences Academy da Universidade do Minho, a Global School of Law da Universidade Católica em Lisboa e a Nova School of Business and Economics (NBSE) da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, onde há 17 anos o ensino é em inglês.

Ter aulas em inglês ajudou a projeção internacional da NBSE, que está na lista das 30 melhores escolas de negócio da Europa, segundo a revista Financial Times. “Esta é a melhor maneira de trazer para o universo da língua portuguesa pessoas que, de outra maneira, nunca viriam. A base de escolha fica muito maior”, explica João Amaro de Matos, coordenador da School of Business and Economics, referindo-se à contratação de professores e à admissão de alunos estrangeiros. Um terço dos docentes e estudantes da NBSE é formado por estrangeiros.

A internacionalização das universidades de Portugal incrementa a exportação de serviços do país, fundamental neste período de crise econômica.“Em um país pequenino como Portugal, o número de empresas que podem empregar os alunos com alta capacidade é limitado. Cumprimos melhor o nosso papel na sociedade quanto mais alunos, quanto mais pessoas com competências conseguirmos colocar no mercado e quanto para mais empresas formos úteis”, disse Matos, defendendo a “abertura de espírito” quanto ao ensino em língua estrangeira.

Em Portugal, os alunos estudam dois idiomas estrangeiros desde o ensino fundamental e no ensino médio é facultado um terceiro idioma. Para Matos, a internacionalização dos cursos acadêmicos é vocação natural do país. “Não estamos no centro da Europa, mas no centro do mundo”.



http://www.ribeiraopretoonline.com.br/educacao-ribeirao-preto/estudo-em-portugal-exige-que-alunos-brasileiros-dominem-ingles/65652

terça-feira, 2 de abril de 2013

Ciência sem Fronteiras expõe 'lado feio' do ensino de idiomas no país


Por falta de domínio do inglês, maioria prefere estudar em Portugal
Angela Chagas

Dados obtidos nesta semana pelo Terra apontam que de um total de 22.885 bolsistas que estudam no exterior por meio do programa Ciência sem Fronteiras, 2.935 estão em Portugal, o que corresponde a praticamente 13% do total. Representantes de universidades brasileiras e o próprio governo consideram o número extremamente alto, principalmente se levado em conta que o Brasil tem convênio de intercâmbio com 20 nações. Segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), autarquia do Ministério da Educação, o problema está na falta de domínio de outros idiomas por parte dos estudantes brasileiros.

Para o professor José Carlos Almeida Filho, pesquisador do Departamento de Línguas Estrangeiras da Universidade de Brasília (UnB), o Ciência sem Fronteiras – lançado em dezembro de 2011 com o objetivo de oferecer mais de 100 mil bolsas de estudo em quatro anos – expõe o "lado feio" da educação no Brasil. "Essa ida para o exterior é muito saudável, mas mostrou o lado feio, as pessoas não estavam percebendo o quanto é fraco o ensino de idiomas nas escolas do Brasil". Segundo ele, falta uma política de longo prazo para garantir o aprendizado, principalmente de inglês e espanhol. Investimento na formação de professores, aumento da carga horária de aulas e diversificação do material didático são alguns pontos apontados pelo pesquisador.
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