domingo, 6 de outubro de 2013

Dialeto próprio atravessa gerações em São João Nepomuceno, MG

Falta de registros e documentações ameaçam preservação do dialeto.
Termos da língua inventada se misturam com o português no dia a dia.
Nathalie Guimarães
Do G1 Zona da Mata



Língua inventada usa termos diferentes para
confundir (Foto: Fellype Alberto/Divulgação)

A pergunta "Cataguais, godê computá zambão?” não faz sentido para a maioria dos mineiros, mas para grande parte dos moradores de São João Nepomuceno, na Zona da Mata, a frase quer dizer “Rapaz, você está 'bão'?”. Essas palavras são apenas algumas do extenso vocabulário da língua "Pompeu e Godê", inventada no município na década de 60. Apesar de ter passado de geração para geração e muitas expressões terem se incorporado naturalmente ao modo de falar cotidiano, o dialeto popular corre o risco de se perder por falta de registros e documentações sobre o assunto.
A base da formação do dialeto é a criação de novas palavras com terminação que, geralmente, rima com a respectiva palavra em português. Pompeu e Godê, por exemplo, pode ser traduzido como “eu e você”. Além disso, usa-se palavras com final parecido mas significado diferente: “carro” é “catarro”, 2 é “arroz” e 8 é “biscoito”. E alguns termos têm significado próprio, como falar “mereja” ao invés de cerveja, "barai" para dizer vai e "escalá" para falar.

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