sábado, 23 de janeiro de 2010

LINGÜÍSTICA: UMA CIÊNCIA À SERVIÇO DO PODER

LINGÜÍSTICA: UMA CIÊNCIA À SERVIÇO DO PODER
Enganam-se aqueles que acreditam que a ciência é um conhecimento “descompromissado” ou neutro. A ciência, financiada pela classe dominante e pelos estados poderosos bem como as principais instituições: a escola, a universidade, e os meios de comunicação só podem estar à serviço do poder, da elite, ou seja: da classe dominante.

Observamos que a “Lingüística Oficial” ou acadêmica é uma ciência que dá respaldo à atual política lingüística mundial baseada na hegemonia econômica, ou seja, na lei da selva: quem pode mais, impõe seu idioma.

As Universidades, que deveriam ser um laboratório para se encontrar soluções para o problema da barreira lingüística, se transformaram em próprias executoras da atual política lingüística reacionária subjacente, que impõe a língua do país hegemônico para todo o planeta, muitas vezes usando um argumento determinista: por que sempre foi assim, assim sempre será (sempre o povo forte oprime o fraco, é a regra que não podemos fugir).

Nas Universidades ensina-se na maioria das vezes os idiomas dos países poderosos. Para muitos lingüistas o esperanto é um tabu, considerado uma língua “artificial” muito embora os ling??????S? üistas mesmos não definem com precisão o conceito de natural ou artificial.

“O lingüista lida com as línguas naturais” (Jonhs Lyons, Linguagem e Lingüística).

A maioria dos lingüistas do Brasil e do mundo não têm idéias próprias sobre o esperanto: apenas repetem como papagaios os preconceitos que leram em livros editados por outros lingüístas (estadunidenses) que criaram uma ciência lingüística à serviço da classe dominante. Para muitos lingüistas o esperanto é um tabu lingüístico: muitos evitam falar neste assunto assim como alguns padres evitam falar no diabo. A ciência virou uma espécie de religião, com seus próprios dogmas. Na realidade, deixou de ser ciência e se transformou em cientificismo.

Fica assim estabelecida um elo entre idioma, poder, dominação, imperialismo, ciência e lingüística numa harmonia que permite a manutenção da ordem lingüística mundial.

A MÍDIA CAPITALISTA E O ESPERANTO

A MÍDIA CAPITALISTA E O ESPERANTO

Os meios de comunicação e a mídia capitalista em geral, que são instituições à serviço dos donos do poder, ocultam na maioria das vezes a existência do esperanto, e em muitos casos desinformam os leitores com idéias preconceituosas e sem fundamentos sobre este idioma.

A imprensa burguesa não poderia ser simpática ao esperanto porque afinal os donos do poder não desejam que a maioria dos trabalhadores sejam bilíngües ou tenham acesso livre à outros povos e culturas. Para dominar é preciso dividir, mas o objetivo do esperanto é unir e libertar (os oprimidos).

Os donos do poder sabem que a política lingüística com ênfase ao idioma inglês, os eternizarão no poder porque afinal são sempre os ricos que terão condições de aprender bem o inglês e manterá a maioria da população monoglota. As elites nacionais aprenderam bem o dever de casa e colocam seus interesses acima dos interesses da maioria das pessoas e das culturas, pouco se importando se a atual política lingüística mundial levará à morte centenas de idiomas no mundo.

Mas a elite conta também com outra instituição à serviço do poder para omitir o esperanto: a escola (onde as crianças são doutrinadas que o idioma inglês já é internacional e o esperanto simplesmente omitido).

O Esperanto, anárquico por natureza torna-se insuportável para os donos do poder, autoritários e hierárquicos pois este idioma é pura desobediência civil, Falar esperanto é algo meio subversivo ou revolucionário porque o uso do idioma rompe as estruturas hierárquicas do poder pois os falantes do esperanto de diversos países falam em nível de igualdade (horizontal) e o idioma do rico país imperialista do norte é tratado apenas como um dos idiomas do planeta, que deve merecer a mesma consideração que os demais (nem mais nem menos): o inglês deve ser tratado como um idioma que não é pior nem melhor que os outros, apenas diferente.

Para aqueles que são defensores da dominação, da hierarquia, da estrutura do poder, da competição e do capitalismo selvagem, o esperanto deve ser negligenciado.