sexta-feira, 31 de maio de 2013

Suíços se interessam por línguas estrangeiras

 LÍNGUA E TRABALHO
Suíços se interessam por línguas estrangeiras
Economia

O chinês é uma das línguas de interesse dos suíços atualmente (swissinfo)
Por Daniele Mariani, swissinfo.ch
31. Maio 2013 -

Chinês, russo, árabe ou outra. Na Suíça, cresce o interesse por esses idiomas. Saber expressar-se em uma dessas línguas “exóticas” representa algo mais no currículo, mesmo se a demanda do mercado de trabalho ainda é mínima.
Os idiomas abrem muitas portas. Na Suíça, todos ouviram desde criança os pais repetirem essa frase como um mantra. Ou seria por causa do plurilinguismo do país? O fato é que é raro encontrar no país alguém que não saiba exprimir-se em outro idioma, além da língua materna.

Há interesse não somente pelas línguas tradicionais. “O inglês continua naturalmente a língua que atrai o maior número de estudantes. Constato, porém, que há um interesse crescente por línguas como o chinês, o árabe e o russo. Os alunos aumentam constantemente. Os estudantes se dão conta que para seu futuro profissional é importante saber falar mais idiomas do que os clássicos como francês, italiano ou espanhol”, explica Petra Gekeler, diretora do centro de línguas da Universidade de Basileia (noroeste), fundado dez anos atrás e que ensina 18 idiomas.
Para o trabalho e para o lazer

A Escola Clube Migros, uma das mais importantes escolas particulares da Suíça, além das cinco línguas principais (francês, italiano, espanhol e inglês) tem cursos e outros 32 idiomas.

“Considerando as horas de aulas, essas línguas exóticas representam cerca de 8% do total. Nos últimos 12 meses, aumentou o número de alunos em russo, português, árabe, grego, japonês, chinês, sueco e turco”, afirma Daniela Canclini, responsável pelos cursos de outras línguas na coordenação da Escola Clube Migros. Ela não tem dados precisos por região em que o interesse por esses idiomas aumenta. “Não fazemos esse tipo de pesquisa, mas somente se os motivos são profissionais ou pessoais.”

Para poder exprimir-se em russo, chinês, árabe ou outra língua menos usual, uma estadia no estrangeiro é imprescindível. Com duas ou três horas de curso por semana, é difícil falar fluentemente essas línguas. “Nossos alunos de chinês, por exemplo, passam geralmente um ou dois semestres na China”, acrescenta Petra Gekeler.

Desde 2004, ano a partir do qual estão disponíveis as estatísticas da Escola Clube Migros, a demanda pelas línguas exóticas se mantém estável, com “ligeiro aumento pelo russo, o sueco, o chinês, o norueguês, o finlandês e o albanês”, continua Canclini, acrescentando que explosão prevista da procura pelo chinês não se confirmou.

No entanto, nos últimos anos, as escolas grandes e pequenas que propõem cursos dessas línguas se multiplicaram. Dois anos atrás, por exemplo, em Genebra foi aberto o Instituto Confucio, uma espécie de Sociedade Dante Alighieri chinês, e outros dois serão inaugurados brevemente em Basileia e Zurique. É sintomático o fato que diversas escolas públicas têm o chinês como matéria facultativa.
Demanda ainda contida

Mas qual é a demanda no mercado de trabalho? Para as pequenas e médias empresas, que representam 99% das 300 mil empresas ativas na Suíça, a Manpower – empresa especializada em recursos humanos – ainda não constatou grandes mudanças: “inglês, francês e alemão continuam prioritárias”. Ela observa uma forte progressão sobretudo do inglês, que tende a ser a língua franca em todo o território suíço.

Em contrapartida, a multinacional americana observou um aumento da demanda pelo russo e pelo chinês nos departamentos de serviço à clientela e de vendas por parte de empresas internacionais ou filiais, cujas sedes estão baseadas na China ou na Rússia. “Essa evolução existe sobretudo em cidades orientadas para clientes internacionais, como Genebra por exemplo. Por outro lado, é quase inexistente em cidades como Berna”, explica por escrito a Manpower. Além desses idiomas, há uma certa procura pelo espanhol e mais raramente pelo português, sueco, dinamarquês ou outras línguas orientais.

Quanto aos setores econômicos interessados em pessoas que falam línguas exóticas, a agência de emprego menciona, sem grande surpresa, a hotelaria, o turismo, luxo e o terciário a nível internacional (petróleo, trading).

Uma oferta pletórica

Do islandês ao hindi, passando pelo persa e o vietnamita, a oferta de cursos de língua na Suíça é muito grande. A Escola Clube Migros, por exemplo, tem cinco línguas principais (inglês, alemão, francês, italiano e espanhol) e 32 outros idiomas.

O centro de línguas da Universidade de Basileia ensina 18 idiomas, como por exemplo o Húngaro, o sueco e o swahili.
“O swahili foi introduzido a pedido dos etnólogos da nossa universidade que fazer pesquisas na África Oriental”, explica a diretora do centro Petra Gekeler.

Uma das particularidades do instituto é organizar cursos especializados de uma determinada língua, por exemplo, inglês para economistas, francês e italiano para médicos ou italiano para historiadores de arte. “A meu ver, essa especialização sempre foi um aspecto essencial e acho que no futuro vamos reforçar essa orientação, principalmente para o inglês”, explica Petra Gekeler.
Língua mas sobretudo cultura

“A demanda – precisa a Manpower – não se orienta unicamente pela língua, mas pela cultura do candidato, principalmente quanto à China”. Dito de outra maneira, as empresas procuram pessoas originarias do país em  questão e não suíços que aprenderam a língua.

Para a Manpower, isso significa recrutar gente no estrangeiro, o que não é fácil. As condições para obter uma permissão de trabalho para pessoas que não são da União Europeia nem da Associação Europeia de Libre Comércio são muito restritivas.

Considerando o fator cultural – acrescenta a multinacional – “para os cidadãos suíços é mais pertinente ter um bom nível de alemão, francês ou inglês, que continuam as línguas mais faladas na Suíça, e depois o italiano”. Em outras palavras, árabe, chinês, russo ou outro idioma são certamente uma vantagem no curriculum vitae.  Só que não se pode perder de vista o idioma vizinho.
Daniele Mariani, swissinfo.ch
Adaptação: Claudinê Gonçalves

http://www.swissinfo.ch/por/economia/Suicos_se_interessam_por_linguas_estrangeiras.html?link=tdj&cid=35938812

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Nação monoglota

Educação
Reportagem
Nação monoglota
O ensino de língua estrangeira no Brasil 
não ajuda a melhorar a baixa proficiência dos alunos
por Thais Paiva e Tory Oliveira — publicado 23/05/2013

Veronica Manevy

Alunos reclamam o conteúdo ultrapassado e aulas baseadas em tradução. Segundo Gretel, o professor acaba preso ao molde tradicional

Ver e rever o verbo to be. É assim que a estudante de construção civil, Mayara Ferreira, de 21 anos, define as aulas de inglês que teve durante o Ensino Fundamental e Médio, ambos cursados na rede pública. A estudante começou a ter aulas da língua estrangeira no sexto ano, mas a ausência de uma metodologia adequada e professores qualificados colaborou para que ela se formasse apenas com uma vaga noção do idioma. Entre suas principais queixas: a mesmice dos conteúdos, aulas baseadas na tradução e professores que pareciam não ligar para a evolução dos alunos. “Sempre gostei de estudar, mas as aulas de inglês não tinham credibilidade, era uma bagunça. No Ensino Médio, era comum os alunos saírem da sala quando ia ter  aula. A gente pensava “não vamos aprender nada mesmo, vai ser verbo to bede novo”.

O desinteresse não acontece apenas na escola pública. Aluno do primeiro ano do Ensino Médio, Felipe Pessanha, de 15 anos, sempre estudou em escolas particulares em Belo Horizonte. Ele conta que adquiriu mais conhecimento sobre a língua inglesa sozinho do que na escola: “As aulas serviam só para aprender o básico e, mesmo assim, muitos alunos saiam sem entender nada. Quem quisesse realmente aprender alguma coisa tinha de procurar um curso ou pesquisar sozinho”.

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domingo, 19 de maio de 2013

Português é quinto idioma mais usado na internet


Com informações da Agência Brasil - 16/05/2013


Mais de 82,5 milhões de pessoas (3,9% do total) utilizam a língua portuguesa para se comunicar e navegar pela web.[Imagem: Wikipedia/Jeff Ogden]

Idiomas mais usados na internet

A língua portuguesa é o quinto idioma mais usado na internet, ficando atrás do inglês, do chinês, do espanhol e do japonês, segundo dados divulgados pela União Internacional de Telecomunicações (UIT).

De acordo a UIT, mais de 82,5 milhões de pessoas (3,9% do total) utilizam a língua portuguesa para se comunicar e navegar pela web.

Segundo a UIT, o crescimento do português se deve à expansão da internet no Brasil nos últimos dez anos.

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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Ensinar outras línguas é um ótimo negócio


15/05/2013 14:00 Ensinar outras línguas é um ótimo negócio
Economia aquecida e instalação de multinacionais na região provocam um ‘boom’ nas salas de aula
MICHELE STELLA/AGÊNCIA BOM DIA
michele.stella@bomdiajundiai.com.br
O investimento em uma escola voltada especificamente ao ensino do inglês, há 16 anos, foi certeiro. Valéria Castiglioni já conhecia bem o mercado e vislumbrou uma boa oportunidade no Interior do Estado. Acreditou no desenvolvimento da região e só colheu bons resultados.

A média de 200 alunos conquistados pela Cultura Inglesa no início da empreitada se multiplicou. Hoje, são milhares e não somente centenas deles. A equipe de professores, formada por quatro pessoas inicialmente, também cresceu. São mais de 19 profissionais com vivência fora do país e que, frequentemente, participam de conferências e eventos internacionais para qualificação.
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quinta-feira, 2 de maio de 2013

Mais da metade dos alunos que são patrocinados para estudar inglês não têm fluência


Por Redação
Pesquisa realizada pela consultoria brasileira BIRD Gestão Estratégica de Idiomas mostra que mais da metade dos alunos que fazem cursos de idioma patrocinados pelas empresas onde trabalham não tem proficiência. No ano passado, apenas 44,4% dos profissionais estudantes atingiram a meta.
Apesar de baixo, o resultado é cinco pontos percentuais acima do ano anterior. O estudo, feito desde 2003, usa os resultados de um universo de 7.957 diagnósticos de proficiência linguística de profissionais que atuam em empresas do setor financeiro.

A proficiência média caiu de 51,63% em 2004 para 44,4% em 2012, após atingir um pico em 2006. Depois de 2006 houve uma queda sistemática em todas as habilidades e uma retomada geral desde 2011. A queda da média mais alta, em 2005, para a mais baixa, em 2011, foi de 14,85 pontos. Em todo o período, de 2003 a 2012, a queda foi de 7,23 pontos.
 Fonte: Isto É Dinheiro