quarta-feira, 16 de setembro de 2015

As línguas que a América do Sul quer salvar

No fim do mundo, lá na Patagônia, há uma língua que está a ponto de morrer: o tehuelche. Os falantes que restam, segundo dados da Unesco, podem ser contados nos dedos de uma mão. São palavras, sons, uma cultura inteira que corre o risco de desaparecer. Não é o único caso na região. Existem na América do Sul 420 línguas ameaçadas, de acordo com o Atlas Mundial da Unesco das Línguas em Perigo. A organização calcula que existam entre 8,5 milhões e 11 milhões de pessoas que falam esses idiomas.

Quando uma língua morre, ou “adormece”, como preferem os linguistas, não se apagam apenas as palavras, mas também uma cultura, uma forma de vida, uma maneira de ver o mundo. “Se você perguntar a um membro da comunidade da fala, poderá lhe responder que ela perde sua essência, sua identidade como pessoa e a de um grupo”, afirma Gabriela Pérez, curadora de linguística do Museu Nacional de História Natural do Instituto Smithsonian, em Washington. “Perde-se um sistema único de expressão, mas os idiomas, além disso, são veículos para sistemas de crenças, para conhecimentos da flora e fauna, e tudo isso também morre”, diz o linguista Christopher Moseley, editor do Atlas.

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