segunda-feira, 15 de julho de 2013

Papa vai perder a oportunidade de celebrar língua ameríndia

POR JOSÉ RIBAMAR BESSA FREIRE
Durante a semana, no Rio, o papa rezará o Pai-Nosso traduzido em 26 idiomas. É uma forma de a Igreja Católica prestigiar cada um deles. Na lista não consta, porém, nenhuma das mais de 180 línguas indígenas faladas hoje no Brasil. Acontece que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) adotou como oficiais somente línguas indo-europeias (inglês, francês, alemão, espanhol, português, italiano e polonês), que serão usadas na catequese juntamente com outros 19 idiomas "paroquiais", entre os quais o coreano, o russo, o croata, o letão, o árabe e até o turco. Das línguas daqui, nem sequer o guarani, que é falado em três municípios do Rio de Janeiro, fará parte do evento.
Se o papa não reza em guarani não é por falta de Ave-Maria. Basta que ele desça ao Arquivo Secreto do Vaticano – um bunker de concreto no subsolo perto da Capela Sistina com milhões de documentos em 43 quilômetros de prateleiras. Lá ele encontrará versões do Pai-Nosso em diversas línguas ameríndias, incluindo a Língua Geral de base tupi, que já foi a língua da catequese, além de catecismos, sermões, hinos e orações em guarani, idioma falado hoje em dez estados do Brasil, no Paraguai, na Argentina, na Bolívia e até mesmo no Uruguai, onde o Estado finge que não existe.

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